surto de toxoplasmose

Nove meses após surto de toxoplasmose, casos chegam a 902 em Santa Maria

Dandara Flores Aranguiz

Foto: Gabriel Haesbaert / Diário

Nove meses após o anúncio oficial do surto de toxoplasmose em Santa Maria, os resultados finais da investigação feita até agora na cidade começam a ser traçados. A Vigilância em Saúde municipal, juntamente com o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) trabalha na elaboração do relatório final com o diagnóstico da investigação. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), o documento preliminar está em fase final de redação e deve ser concluído em breve.

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Ainda conforme a assessoria de comunicação da SES, o documento preliminar traz informações referentes às ações realizadas e identificadas até 31 de novembro de 2018 e aponta que, até essa data, 902 casos estavam confirmados, entre os mais de 2,2 mil casos notificados. O relatório final ainda depende de questões "como o acompanhamento de algumas gestantes, estudos ambientais referentes à água de consumo humano e análises genéticas sobre as cepas (ou tipos) de protozoários encontrados na cidade".

O último boletim epidemiológico emitido pela prefeitura e pelo governo do Estado, em 19 de outubro de 2018, apontava 809 casos confirmados. De acordo com a secretária de Saúde municipal, Liliane Mello Duarte, a pasta aguarda, agora, o fechamento final dos dados, que ainda não tem data para ser divulgado.

- A parte epidêmica do surto está controlada, mas a toxoplasmose existe endemicamente. Temos que seguir com o monitoramento e com as medidas de prevenção, especialmente com as gestantes e os imunodeprimidos. Ainda temos exames aguardando retorno do Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (Lacen/RS) - comentou a secretária.

A Região Oeste _ principalmente os bairros Tancredo Neves, Boi Morto, Juscelino Kubitschek, Nova Santa Marta, Pinheiro Machado e Renascença _ é a que apresentou mais concentração de casos. Apesar de o surto ter sido considerado estabilizado desde outubro, Liliane ressalta a preocupação em manter-se os cuidados para evitar novos casos.

_ Os pacientes que apresentaram toxoplasmose aguda devem ser monitorados oftalmologicamente e continuar o tratamento das lesões, bem como as gestantes que foram expostas ao surto, que devem ser monitoradas junto com os seus bebês por, pelo menos, um ano. Mas precisamos rever nossas políticas de saúde pública para a toxoplasmose no Brasil, em especial, os protocolos com as gestantes _ salienta a secretária.

ÁGUA
A principal suspeita da origem do surto continua sendo o sistema de abastecimento de água da cidade e a contaminação cruzada de hortaliças. Desde o dia 1º de outubro, a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) faz o monitoramento do sistema de abastecimento na cidade, por recomendação do Ministério da Saúde.  

De acordo com o superintendente regional da Corsan em Santa Maria, José Epstein, nenhuma inconformidade foi apontada em análises feitas até agora. Os últimos resultados são de dezembro, e a última coleta foi feita em 7 de janeiro (nas barragens do DNOS e Saturnino de Brito e na água de circulação). A próxima coleta está prevista para ocorrer nesta segunda-feira.

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